quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

África do Sul homenageia Nelson Mandela pelos 20 anos de sua libertação



A África do Sul celebrou, nesta quinta-feira, dia 11 de janeiro, o 20º aniversário de libertação de Nelson Mandela. Maior responsável pelo fim do regime de segregação racial conhecido como Apartheid, Mandela ficou 27 anos detido na prisão de segurança máxima de Robben Island.
Em uma de suas raras aparições públicas recentes, Mandela, que está com 91 anos, foi ao Parlamento na Cidade do Cabo para comemorar os 20 anos de sua libertação. Ele chegou acompanhado de sua terceira esposa, Graça Machel, entrou por uma porta lateral para evitar os jornalistas e foi ovacionado ao chegar ao plenário.
Libertado no dia 11 de fevereiro de 1990, Mandela se transformou no primeiro presidente negro da África do Sul em 1994, permanecendo no cargo até 1999.
Dezoito meses antes de sua libertação, quando já haviam sido estabelecidos contatos secretos entre o prisioneiro político mais famoso do mundo e um governo que perdia o controle da situação, Mandela foi transferido para o centro de detenção Victor Verster, onde foi instalado em uma confortável residência.
"Muitas pessoas, no seu caso, buscavam vingança e caíam no racismo", comentou nesta quinta-feira em Genebra a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. "Ao invés disso, Mandela escolheu a via do perdão e da democracia", concluiu.
Em frente à entrada do centro de Victor Verster, que nesta quinta-feira adquiriu o status de monumento histórico, políticos e veteranos da luta antiapartheid se reuniram perto de uma estátua que representa Mandela dando seus primeiros passos como um homem livre, com o punho para o alto em sinal de vitória.



Muito trabalho pela frente

No entanto, 16 anos depois das primeiras eleições multirraciais que levaram Mandela ao poder, 43% dos 48 milhões de sul-africanos ainda vivem com menos de US$ 2 dólares por dia.
Mesmo assim, a mudança política é radical. As leis segregacionistas foram abolidas, a democracia se consolidou e o país adotou uma das constituições mais liberais do mundo.
A estabilidade política garantiu, até o ano passado, um forte crescimento que transformou a África do Sul no gigante econômico do continente e permitiu financiar ajudas sociais para mais de 13 milhões de pessoas.
Embora o governo tenha melhorado o acesso à água e à eletricidade, ainda resta muito a ser feito nos enormes bairros da periferia, onde 1,1 milhão de famílias continuam vivendo em habitações precárias.
Os ganhos ainda não são bem distribuídos: a renda mensal média dos negros cresceu 37,3% desde 1994, enquanto a dos brancos disparou 83,5%.
Mas, se as condições de vida de grande parte da população ainda não podem ser consideradas ideais, os progressos da África do Sul em diversos âmbitos nas últimas décadas se devem à luta de Nelson Mandela.

Assista no vídeo abaixo o programa Arquivo N, da Globonews, mostrando a história de Nelson Mandela